Lá vai ele...tropegamente
tentando driblar a tristeza,
ensaia lentamente,
passos de um sambista sem destreza.
Seu samba-enredo está em sua cabeça;
conta a história de um amor
que acabou muito antes da avenida.
Foi como se um carro com alegorias
esmagasse a sua vida já sem alegria.
Ouvindo os sons da avenida,
sente o choro da cuica.
Imagina-se fantasiado de palhaço
e esmurra a própria face com furor
Irrita-se com os confetes e serpentinas
que colam no seu rosto molhado,
de lágrimas e suor.
Pseudossambista, ainda não entendeu
que seu amor se perdeu
no brilho da avenida
fazendo dele um mendigo do samba
que faz versos tristes
que um dia no máximo, será
um triste samba-canção,
daqueles que ouve-se sozinho,
quieto, num cantinho,
derrama-se uma lágrima
e faz o coração,
bater como um surdo,
até sangrar de emoção!
Dionete Heleno
ATREVIMENTO POÉTICO ...exercitando o coração a pulsar com suavidade, sonhando tocar a alma com intensidade. Dionete Heleno
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Final de tarde...
Final de tarde ...
É sinal de que a noite vem chegando,
a lua já timidamente vem despontando.
Depois rapidamente a noite tudo cobre
com o seu manto.
Alguns pássaros noturnos, ainda voam
e insistem num triste canto.
E o silêncio da noite se faz presente
ensaiando no olhar já sem brilho
um leve e tímido pranto.
Lágrimas que queimam o olhar
de quem já viveu tanto!
Aprendeu da pior forma,
que a vida tem seus desencantos.
Na cabeça calcula as perdas,
no coração totaliza os danos.
Entre perdas e danos
perderam-se os melhores anos.
Hoje contabiliza os amigos,
os amores,
as poucas alegrias
e os muitos dissabores.
Muitos entraram na sua vida,
mas poucos permaneceram,
uns morreram, outros sumiram,
outros já também envelheceram.
Faz então novos amigos,
fica feliz novamente,
ainda por instante,
sente-se feliz, contente!
Durante o dia, acalenta o sonho
de ter os amigos presentes,
ainda que virtualmente.
Mas ao cair da noite,
sente-se só novamente.
Respira fundo, apaga as luzes
reza, adormece acreditando, inocente,
que amanhã será um novo dia
e tudo será diferente.
Dionete Heleno
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
VERÃO
É verão... com dias quentes,
noites abafadas.
É verão... com janelas abertas,
roupas suadas.
É verão... com bebidas geladas
praias lotadas.
É a estação do sol
que até se esquece que anoitece
nem vê que a lua já aparece
e continua a emanar seu calor
O sol conhece o seu poder,
sabe que num verão tudo pode acontecer.
Enquanto a lua encanta um poeta,
ou um sonhador
O sol aquece corpos,
já prevendo um grande amor
A lua, um pingente no céu claro;
o sol; um lança-chamas descontrolado.
A lua é a musa do poeta sonhador;
O sol é o toque divino,
que do sonho o poeta despertou,
Percebeu a realidade
e a lua abandonou
hoje ela é lembrança, talvez saudade
pois o poeta sob o sol e seu calor
encontrou um novo amor!
Dionete Heleno
sábado, 4 de fevereiro de 2012
COURAÇAS
Há quem goste dela, e
a conserve reluzente e bela,
Há quem não goste, é verdade,
mas a mantém por necessidade.
Há quem confie tanto no seu poder
que não hesita em magoar e fazer sofrer.
Há quem a use para ocultar fragilidade,
sem necessidade, pois isso não é imperfeição
é apenas excesso de sensibilidade,
que transborda do coração.
Se com o nosso amor, conseguissemos romper
a couraça de quem faz sofrer,
e de quem oculta nela o seu modo de ser,
certamente haveriamos de ver,
um novo ser humano nascer:
Totalmente desprovido de rancor,
e incrivelmente cheio de amor.
Sob as couraças se escondem
sentimentos simples, outros nem tanto,
vozes suaves, que mais parecem acalanto,
mãos que até sabem enxugar um pranto.
Sob as couraças se escondem tristes segredos,
e revela um sentimento até então oculto
que apavora, e até por ele se chora
não é ódio, é medo.
As couraças barram o toque, o afago...
abafam o som das palavras, ainda na garganta
tornam áridos os olhos, que com nada mais se encanta
Que tenhamos força suficiente nesta vida
para fazer com que toda couraça seja rompida,
mas sem causar dano ou dor,
num momento especial de amor!
Veremos então como são belos
todos os sentimentos antes contidos
hoje, então divididos,
com quem resistiu a dor.
E bebe com doçura da fonte
de onde jorra o amor.
Dionete Heleno
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