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quarta-feira, 26 de março de 2014

Período de Seca...


Para se escrever uma  simples poesia,
é bom que exista no peito,
o frescor das nascentes e o cheiro das maresias,
É preciso chuva  de pensamentos
que molhe os olhos e a alma
é preciso o orvalho prateado das manhãs
cuja temperatura tornam dormentes os pés.
É preciso esperar aquilo que não vai chegar
É preciso lua para  divagar!
É preciso um sonho  que acabará...
Uma luz que certamente se apagará...
Um poeta,  vive da esperança de tudo alcançar,
tudo lhe é permitido,
Até fazer versos!
E  quando a alma já está cansada,
endurecida e trincada
 pelo período de estiagem,
tal qual um solo que outrora fora  leito de um açude
O poeta vive a  sua secura, 
a ausência de sentimentos,
a fuga das palavras, uma mudez rude,
e quando um poeta silencia, então  percebe
que tudo não passou de  miragem.
Uma ilusão. Percebe que jamais fora poeta,
apenas conviveu com a  própria aridez ,
e tornou-se mais um flagelado das muitas secas,
E nelas perdeu tudo do nada que tinha,
                                                              até mesmo a lucidez.
                                                                                         Dionete Heleno