A chuva cessou, abri as janelas,
para que o ar ainda úmido
meu rosto refrescasse,
e que a brisa suave,
minhas lágrimas
enxugasse.
E caminhando só pela rua,
descalça, e com a alma nua.
Piso nas poças d'água,
imitando as crianças,
vendo-me refletida nela,
como espelhos jogados no asfalto,
com molduras em todos os formatos,
como as da minha vida,
o que não muda nelas
sou eu...a minha figura,
que neste momento é apenas espectro
As vezes a imagem pelo vento estremece
e vejo minha alma revelada:
um ser triste, disforme e assustador!
Depois vejo algumas nuvens passeando,
e assim na rua, com alma nua
divido o espelho com a lua
e fazemos da solidão e dor,
um triste poema de amor
Dionete Heleno
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