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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Sambista

Lá vai ele...tropegamente
tentando driblar a tristeza,
ensaia lentamente,
passos de um sambista sem destreza.
Seu samba-enredo está em sua cabeça;
conta a história de um amor
que acabou muito antes da avenida.
Foi como se um carro com alegorias
esmagasse a sua vida já sem alegria.
Ouvindo os sons da avenida,
sente o choro da cuica.
Imagina-se fantasiado de palhaço
e esmurra a própria face com furor
Irrita-se com os confetes e serpentinas
que colam no seu rosto molhado,
de lágrimas e suor.
Pseudossambista, ainda não entendeu
que seu amor se perdeu
no brilho da avenida
fazendo dele um mendigo do samba
que faz versos tristes
que um dia no máximo, será
um triste samba-canção,
daqueles que ouve-se sozinho,
quieto, num cantinho,
derrama-se uma lágrima
e faz o coração,
bater como um surdo,
até sangrar de emoção!
                             Dionete Heleno








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